De Joao Silva a 24.11.2012 às 01:41
Drª Susana,sou um apreciador do seu blog. Desde já os meus parabéns.
Sei que não é da sua responsabilidade,mas permita-me que faça o seguinte comentário.
Fico estupefacto quando vejo na nossa linda ilha falar-se de plantar plantas endémicas! Por acaso essa gente que toma essas decisões sabe o que isso é?
"Em biologia, botânica e zoologia chamam-se endemismos (do grego endemos, ou seja, indígena) grupos taxonómicos que se desenvolveram numa região restrita.
Em geral o endemismo é resultado da separação de espécies, que passam a se reproduzir em regiões diferentes, dando origem a espécies com formas diferentes de evolução. O endemismo é causado por mecanismos de isolamento, alagamentos, movimentação de placas tectônicas. Por exemplo, devido à deriva continental, as espécies de Madagáscar ou da Austrália são exemplos flagrantes de endemismos.
A ocorrência de endemismos depende por isso da mobilidade dos organismos. As plantas e peixes de água doce são os mais afetados por processos endémicos, visto que a mobilidade é feita de forma mais restrita do que as aves ou mamíferos.
Algumas doenças e pragas, ao serem próprias de determinadas regiões, por decorrerem de factores ecológicos específicos dessas regiões, são também endémicas.
Podemos classificar os endemismos, principalmente na área da botânica, quanto à sua origem, em: endemismos autóctones, endemismos paleogénicos (ou relíquias) e endemismos neogénicos. A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em plantas endêmicas do mundo." Fonte WIKIPÉDIA.
Posso acrescentar,por conhecimento próprio,que as endémicas ,e estou apenas a falar de plantas, têm as suas cotas. Umas reproduzem-se a 50 metros ,outras a 100 etc....
Na ilha das Flores das coisas mais caricatas que existem é ser proibido cortar Queirós e cedros. Os nossos antepassados,no tempo que havia bastante actividade marítima, faziam as "cavernas das embarcações com madeira de cedro,fazia-se também janelas,portas,soalhos de casa,etc... Inclusive se exportou cedro para outras ilhas,sem haver o perigo de ele acabar. Quanto às queirós sempre foi uma praga. Quem "mondou" relvas,sabe o quão difícil era acabar com elas,embora fossem uma fonte de riqueza no que diz respeito a lenha para cozinhar e outros afins.
Posto isto, apenas quero sugerir a alguns "iluminados" o seguinte:
-Acabem com as infestantes, como o incenso, as acácias etc... e deixem a natureza fazer o seu papel. Onde há incensos toda a gente sabe que não há mais nada a volta. Nem a "erva de galinha" resiste!.
Por favor,tenham bom senso e deixem de passar "atestados de estupidez" a quem tem experiência de vida.
De Marlene a 24.11.2012 às 21:19
Caro Sr. João Silva
Tomo a liberdade de responder ao seu comentário, mas antes de mais quero agradecer por defenir endemismo. A informação nunca é demais!
Quanto á proibição de cortar queiró e cedro, se tem alguma planta que precise de cortar é questão de contactar os Serviços de Ambiente de Ilha e explicar o seu problema... parece-me que é o que as pessoas fazem normalmente...
Relativamente à sua opinião de que devemos deixar a "natureza fazer o seu papel", concordo inteiramente! Mas veja, se formos colocar as plantas que estariam lá se nunca tivesse havido intervenção humana, estaremos a "ajudar" a "natureza a fazer o seu papel"... Parece-me uma pessoa inteligente e decerto deverá saber a grande capacidade de propagação das invasoras em comparação com a generalidade das nossas endémicas, assim sendo, eu diria que todas as ajudas são importantes!